Emporium destaca a importância em deixar o vinho “respirar”




A Empórium Bocaiúva (Rua Bocaiúva, 1901, Centro) dá dicas sobre a aeração
ou "respiração" de um vinho. Esta é uma conduta sempre aconselhável para
os bons vinhos, em especial os tintos. Durante o tempo de envelhecimento
na garrafa, o vinho está em total ausência de oxigênio e nele ocorrem reações 
complexas que levam à formação de substâncias sensíveis ao oxigênio. 
Em geral, um bom vinho não envelhecido em demasia, quando exposto
ao oxigênio do ar, sofre alterações benéficas, liberando mais intensamente 
seus aromas e aprimorando os seus aspectos gustativos.

Quanto melhor for o vinho, quanto maior a sua estrutura e a sua complexidade
de aromas, maior será o tempo que se deverá deixar o vinho aerando 
ou "respirando". Essa operação é realizada abrindo-se a garrafa algum tempo
antes do serviço do vinho e deixando o vinho "respirar". Outra alternativa,
melhor ainda, é transferir o vinho para uma jarra de vidro com boca larga
ou um decanter, onde o vinho sofrerá maior aeração em menor tempo.

Apesar da polêmica em relação às vantagens e ao tempo de aeração dos vinhos,
a maioria dos conhecedores concorda que não há necessidade de se arejar vinhos 
tintos simples de consumo corrente. Tampouco areja-se a maioria dos vinhos
brancos, sendo exceções os brancos de alta qualidade, com grande estrutura
e complexidade aromática que devem "respirar" algumas horas antes do serviço.

Os vinhos que mais lucram com a aeração são os tintos de qualidade, maduros 
(prontos para tomar), já suficientemente envelhecidos, que devem "respirar"
por um período mínimo de uma a três horas. Quanto melhor o vinho, maior
será o tempo de aeração e para alguns o tempo de respiração preconizado
vai de 6 a 24 horas.

No entanto, é importante lembrar que a respiração pode ser trágica para vinhos
muito velhos, com vinte, trinta anos de vida ou mais. Depois de um tempo
de envelhecimento muito longo na garrafa, as substâncias complexas formadas 
tornam-se extremamente sensíveis ao oxigênio e, quando em contato com o ar,
elas sofrerão uma rápida oxidação, degradando-se rapidamente.