Vinho e seus aromas

Classificando  vinho pelo seu aroma!

Não há como negar, todos os vinhos têm aromas. Reconhecê-los são outros quinhentos. No aspecto estrutural, os aromas podem ser: sutis ou declarados, descritíveis ou complexos, simples ou sofisticados, repugnantes ou atraentes. Estas são questões mais fáceis de descrever, porque dizem respeito à percepção mais genérica da nossa capacidade nata olfativa. Já a interpretação propriamente dita dos aromas, implica um conhecimento prévio dos cheiros, uma experiência, vivência e exercício espontâneo ou voluntário da memória olfativa, com os mais diversos tipos de odores. Os aromas são percebidos pelas membranas olfativas, através das moléculas odoríferas que flutuam no ar. Há moléculas mais pesadas e moléculas mais leves. Quando agitamos a taça de vinho, estamos fazendo com que as moléculas mais pesadas, em repouso no fundo do copo, flutuem até a superfície. Dessa forma desfrutamos melhor da complexidade e estrutura aromática do vinho. Mas nossas membranas, geralmente, portam-se relapsas diante dos inúmeros perfumes que aspiramos no dia a dia, porque o mundo moderno exige pressa de nós. Depois, boa parte das substâncias aromáticas com que lidamos hoje, é sintética, e o pior: agimos e interagimos com elas de forma absolutamente mecânica. Ou seja, o uso de cosméticos, perfumes, loções, ou mesmo a manipulação de alimentos e especiarias, não têm o nosso foco de atenção, apenas fazem parte de um contexto onde várias outras coisas são feitas simultânea e mecanicamente. Integram nossos hábitos da forma imperceptível. É por isso que, não temos palavras para descrever o que sentimos, quando sentimos.

Os aromas previsíveis nos vinhos

Em termos mais simples, os vinhos tintos, em geral, apresentam frutas pretas e/ou vermelhas, que podem ter um caráter fresco (para vinhos jovens), aguado ou suculento (para os vinhos de menor e maior extração) ou maduro e delicado (para os vinhos evoluídos). Já os vinhos brancos sugerem frutas brancas (verdes e amarelas), que podem ter um caráter cítrico (para os brancos jovens e frescos), ou maduro (para os vinhos evoluídos). A pureza e sofisticação dessa fruta dependerão invariavelmente da qualidade da uva (sanidade, maturidade e consistência) e dos critérios de elaboração. A madeira (carvalho), utilizada na maturação do vinho, tem a função maior de aparar as arestas, comuns nos vinhos recém-fermentados, e aportar complexidade à fruta sem, no entanto suprimi-la. 

Vinho da semana

Mouchão  2005. Vinho elaborado pelo talentoso enólogo português Paulo Laureano, na Herdade do Mouchão, Alentejo, Portugal, com as castas: Alicante Bouschet e Trincadeira, vinificadas em lagares com pisa a pé, depois do que, repousam por 2 a 3 anos em grandes tonéis de madeira com mais de 40 anos e capacidade para 2.000 litros de vinhos. É ao mesmo tempo estruturado e macio, suculento e complexo, impactante e sofisticado. O enólogo recomenda decantar por pelo menos 1 hora.  

Borbulas na praia

A De Los Passos, consultoria de vinhos e a Pousada Enseada dos Amores em São Miguel do Gostoso, unem-se pela 2ª vez consecutiva, na realização de um evento contemplativo onde a natureza e a boa mesa (gastronomia e vinhos) orquestram o final de semana dos participantes. Desta vez o ponto alto do encontro serão os Borbulhantes, com uma degustação teórico/prática primorosa de: Espumante (Brasil), Prosecco (Itália), Cava (Espanha) e Champagne (França). O evento, que acontecerá nos dias 17 e 18 de dezembro (sexta e sábado), será composto de dois jantares harmonizados, mais degustação de borbulhantes representativos do mundo, para a qual serão usados recursos de multimídia e material didático.